Catálogo - Eis que tudo se fez Novo
70 IMAGENS MERAMENTE ILUSTRATIVAS B Í B L I A S D E E S T UDO BÍBLIA DE ESTUDO EXPLICADA Publicada anteriormente como Bíblia de Estudo Explicada Mc- Nair , além do texto bíblico na versão Almeida Revista e Corri- gida (edição 2009), vem com os comentários capítulo por capítu- lo de S. E. Mc Nair, o conteúdo do Pequeno Dicionário Bíblico do mesmo autor e agora também com a Harpa Cristã. Cada livro bíblico vem com um breve esboço com resumo do li- vro, análise e mensagem. Uma Bíblia de Estudo que ofere- ce praticidade e conteúdo sólido para aqueles que desejam ler e se aprofundar nas Sagradas Es- crituras por um preço bastante acessível. Neste exemplar você também encontra os seguintes recursos: ‐ Mapas; ‐ Índice; ‐ Marcador; ‐ Dicionário. INFORMAÇÕES TÉCNICAS Códigos: 268886 Com Harpa Cristã 347452 Sem Harpa Cristã Formato: 17 x 24cm Acabamento: Couro simulado G ÊNESIS Gênesis é o livro dos começos. Re- corda não somente o começo do Céu e da Terra, mas da vida vegetal, animal e humana, e também de todas as institui- ções e relações humanas; em figura, fala do novo nascimento: a nova criação, de- pois de um estado de caos e ruína. Com o Gênesis, começa também a progressiva auto-revelação de Deus, que se completa em Cristo. No Gênesis en- contramos os três principais nomes da divindade: Elohim , Jeová e Adonai , e também os seus cinco mais importantes nomes compostos: 1) Jeová-jireh (O Senhor provê); 2) Jeová-nissi (O Senhor é minha bandeira); 3) Jeová-shalom (O Senhor é paz); 4) Jeová-tsidkenu (O Senhor é nossa justiça); 5) Jeová-shammah (O Senhor está ali) E tudo isso em uma certa ordem que não podia ser alterada semhaver confusão. O problema do pecado na vida hu- mana, e a sua relação com Deus, se en- contram em essência no Gênesis. Dos oito grandes pactos que se referem à vida humana e à redenção divina, quatro de- les, o Edênico, o Adâmico, o Noéico e o Abraâmico, estão neste livro; e estes são os fundamentais, aos quais os outros quatro: o Mosaico, o Palestiniano, o Davídico e o Novo Pacto, estão relacionados maior- mente como desenvolvimentos. O Gênesis entra profundamente na estrutura do Novo Testamento, em que é citado mais de sessenta vezes, em 17 li- vros. Em sentido profundo, por isso, as raízes de toda a revelação subseqüente es- tão lançadas em Gênesis, e quem quiser compreender a revelação divina precisa começar aqui. A inspiração do Gênesis e seu caráter como revelação são autenticados, tanto pelo testemunho da história como pelo de Cristo (Mt 19.4-6; 24.37-39; Mc 10.4-9; Lc 11.49-51; 17.26-29, 32; Jo 1.51; 7.21-23; 8.44,56). “OGênesis tem cinco divisões princi- pais: 1) Criação (1.1 – 2.25). 2) Queda e Redenção (3.1 – 4.7). 3) As diversas des- cendências: Caim e Abel ao Dilúvio (4.8 – 7.24). 4) O Dilúvio a Babel (8.1 – 11.9). 5) A chamada de Abraão até a mor- te de José (11.10 – 50.26)”. ( Scofield ). A A N Á L I S E D O G Ê N E S I S 1. História primitiva (caps. 1 a 11.9) 1.1. Da Criação à Queda (caps. 1 a 3). 1.1.1. A Criação, e a semana de trabalho divino (caps. 1.1 a 2.3). 1.1.2. O Jardim, e a prova do homem (caps. 2.4-25). 1.1.3. A Serpente, e a queda de Adão e Eva (cap. 3). 1.2. Da Queda ao Dilúvio (caps. 4 a 8.14). 1.2.1. Caim e Abel e as suas ofertas (cap. 4.1-16). 1.2.2. As genealogias de Caim e Sete (caps. 4.17 a 5.32). 1.2.3. A grande apostasia, e o juízo divino (caps. 6 a 8.14). 1.3. Do Dilúvio a Babel (caps. 8.15 a 11.9). 1.3.1. O novo mundo, e os novos concertos (caps. 8.15 a 9). 1.3.2. A posteridade dos três filhos de Noé (cap. 10). 1.3.3. A confederação e confusão da Babilônia (cap. 11.1-9). 2. História patriarcal (caps. 11.10 a 50). 2.1. A história de Abraão (caps. 11.10 a 25.18). 2.2. A história de Isaque (caps. 21 a 36). 2.3. A história de Jacó (caps. 25.19 a 50). 2.4. A história de José (caps. 30.22 a 50). Scroggie G A criação do céu e da terra e de tudo o que neles se contém 1 N o a princípio, criou b Deus os céus e a terra. 2 E a terra c era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o d Espírito de Deus se mo- via sobre a face das águas. 3 E disse Deus: e Haja luz. E f houve luz. 4 E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. 5 E Deus chamou à luz Dia; e às g trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã: o dia primeiro. 6 E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. 7 E fez Deus a expansão h e fez separação entre as águas que i estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão. E assim foi. 8 E chamou Deus à expansão Céus; e foi a tarde e a manhã: o dia segundo. 9 E disse Deus: Ajuntem-se j as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca. E assim foi. 10 E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajunta- mento das águas chamouMares. E viu Deus que era bom. 11 E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi. 12 E a terra produziu erva, erva dando semente con- forme a sua espécie e árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. 13 E foi a tarde e a manhã: o dia terceiro. 14 E disse Deus: l Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; m e sejam eles para sinais e para 1 tempos determinados e para dias e anos. 15 E sejam para luminares na expansão dos céus, para alumiar a terra. E assim foi. 16 E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e n fez as estrelas. GÊNESIS 1 5 C APÍTULO 1 A criação do mundo . “ No princípio, criou Deus... ” A palavra Deus está no plural, e o verbo no singular (no hebraico há três números: sin- gular, dual e plural); assim, a natureza de Deus é revelada nas primei- ras palavras do Gênesis: uma Trindade, porém um só Deus. Em ou- tros lugares aprendemos que foi o Filho que criou todas as coisas (Jo 1.3; Cl 1.16; Hb 1.2). Foi o Pai que propôs, e o Filho que agiu pela energia do Espírito. As três pessoas da Trindade são reveladas na obra da criação (Jo 5.17,18). A terra já criada (v.1) chegou a ser “ sem forma e vazia ” (v.2), mas não fora criada assim (Is 45.18). Há uma semelhança entre a criação do mundo material e a “nova criação” da alma regenerada: a) inocência (vv. 1 e 27); b) ruína (v. 2a); c) restauração (v.2b); d) iluminação (vv.3-5); e) separação (vv.6-8); f) libertação (vv.9,10); g) fruto (vv.11-13); h) testemunho (vv.14-19). Notemos que a palavra “criou” se encontra apenas três vezes nes- te capítulo (vv.1,21,27). Alguns têm achado uma diferença entre o que Deus “criou” e o que Ele “fez”. Assim os mares foram feitos de águas já existentes (9,10). O Sol e a Lua foram feitos ou levados a aparecer através das espessas nuvens, no dia quarto, mas foram criados no dia primeiro (v.3). É possível admitir um mui grande período de tempo entre o v. 1 e o v. 2 – um recurso mais aceitável do que entender que os “dias” da cria- ção foram períodos de milhares de anos, – uma teoria que não combina com Êxodo 31.17. “Um ato de criação necessariamente será num tem- po imediato e definido. Isto é evidente no caso da criação do homem. Pela Palavra de Deus, ele foi criado à imagem de Deus; desde o seu co- meço era ele dotado de imagem e semelhança de Deus, uma semelhan- ça vista na sua perfeição naquele que era Deus manifesto na carne, o Homem Perfeito. Esta semelhança consiste em ter vontade livre: po- der de agir por si mesmo; de escolher entre o bem e o mal, e de possuir uma personalidade e uma responsabilidade moral” (Goodman). O Dr. Scroggie diz: “A ‘imagem’ é a substância espiritual da alma, e não pode ser perdida. A ‘semelhança’ é o caráter moral separável da substância, e foi perdida na Queda; assim os filhos de Adão nasceram na sua semelhança e não na de Deus (5.3). Imagem e semelhança não são para entender de um modo material, e sim moralmente”. O luzeiro maior (v. 16) é um tipo de Cristo, o “ Sol da Justiça ” (Ml 4.2). Ele tomará este caráter na sua segunda vinda. Moralmente, o mundo está agora no estado entre Gênesis 1.3 e 1.16; At 26.18; Ef 6.12; 1 Pe 2.9: o sol não se vê, mas a Luz existe. Cristo é essa luz (Jo 1.4,5,9), mas “resplandece nas trevas”, sendo compreendido somente pela fé. Como o “Sol da Justiça” Ele anulará todas as trevas. Sob o pon- to de vista da dispensação, a Igreja está no lugar do “luzeiro menor”, a lua, que reflete a luz do Sol quando este não é visível. As estrelas (1.16) representam crentes individualmente que são “luzeiros” (Fp 2.15,16) – ( Scofield ). Um tipo é uma ilustração divinamente proposta de alguma ver- dade. Pode ser: 1) uma pessoa (Rm 5.14); 2) um acontecimento (1 Co 10.11); 3) uma coisa (Hb 10.20); 4) uma instituição (Hb 9.11); 5) uma cerimônia (1 Co 5.7). Os tipos se encontram mais freqüente- mente no Pentateuco, mas podem ser achados em outras partes da Bíblia. O antítipo ou cumprimento do tipo se encontra geralmente no NT. ( Scofield ). “ Seres viventes ” (V.B.) ou “ Alma vivente ” nos versículos 20,21,24, etc. é, no hebraico, “ nephesh ”. Esta palavra traz o sentido de vida e consciência diferentes da vida das plantas, que têm vida inconsciente. Neste sentido os animais também têm “alma”. A criação do homem (v. 26). O homem foi criado, e não evoluído de algum ser inferior durante muitos milênios. Isto é expressamente de- clarado aqui, e a declaração é confirmada por Cristo (Mt 19.4; Mc 10.6). “Existe um vasto espaço, uma divergência, praticamente infini- ta” ( Huxley ) “entre o homem mais baixo e a besta mais alta”. “A besta não tem traço algum de consciência de Deus: não tem uma natureza religiosa. As investigações científicas nada têm feito para desfazer essa divergência” ( Scofield ). Com o versículo 28 começa a “Primeira Dispensação”. Uma dis- pensação (Ef 1.10) é um período de tempo em que o homem é provado com respeito à sua obediência e alguma revelação específica da vonta- de divina. Sete de tais dispensações podem ser discernidas. A primei- ra foi a da Inocência: o homem foi colocado num ambiente perfeito, su- jeito a uma lei simples, e advertido das conseqüências da desobediên- cia. A mulher caiu pelo orgulho, o homem, deliberadamente (1 Tm 2.14). Deus restaurou as suas criaturas pecaminosas, mas a dispensa- ção da inocência terminou com o julgamento e expulsão (Gn 3.24). As a 1.1: Pv 8.23; Hb 1.10; 11.13 b 1.1: Sl 8.3; 33.6; Is 40.26; Jr 5.15; Zc 12.1; At 14.15; Rm 1.20; Cl 1.16 c 1.2: Jr 4.23 d 1.2: Jó 26.13; Sl 104.30 e 1.3: Sl 33.9 f 1.3: 2Co 4.6 g 1.5: Is 45.7 h 1.7: Jó 37.18; Jr 10.12 i 1.7: Pv 8.28; Sl 148.3 j 1.9: Jó 38.8; Sl 104.9; Jr 5.22; 2Pe 3.5 l 1.14: Sl 136.7 m 1.14: Sl 104.19 1 ou estações n 1.16: Sl 138.6; Jr 31.35 G A tentação de Eva e a queda do homem 3 O ra, a a serpente era b mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus ti- nha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 2 E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, 3 mas, do fruto da árvore que está no meio do jar- dim, disse Deus: c Não comereis dele, nem nele to- careis, para que não morrais. 4 Então, a d serpente disse à mulher: e Certamente não morrereis. 5 Porque Deus sabe que, no dia em que dele comer- des, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. 6 E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. 7 Então, foram abertos os olhos de ambos, e conhe- ceram que f estavam nus; e coseram folhas de figuei- ra, e fizeram para si 13 aventais. 8 E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim. 9 E chamou o SENHOR Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás? 10 E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e g temi, porque estava nu, e escondi-me. 11 E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não co- messes? 12 Então, disse Adão: h A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi. GÊNESIS 3 8 C APÍTULO 3 Tentação e queda . Até o fim do capítulo 2 tudo que temos contem- plado é “muito bom”, mas agora a cena muda e o mal aparece. O Ten- tador, com o aspecto de uma serpente, tenta a mulher, e ela cai no pe- cado da desobediência, acompanhando-a Adão. Sobre a serpente, lemos no “Christian Armoury”: “É afirmado por Matthew Pool e outros eminentes comentadores que o artigo definido em Gênesis 3.1 é enfático, e por isso se refere a uma serpente especi- al. É no hebraico, ‘hennachash’ : esta serpente , ou essa serpente , signifi- cando que não era uma serpente qualquer, mas um réptil influído ou personificado por Satanás. “Se a serpente era simplesmente influenciada pelo Maligno ou se era uma positiva materialização dele não sabemos; não resta dúvida, porém, que Satanás foi a causa original da tentação (Ap 12.9 e 20.2). Ao menos é evidente que a serpente foi possuída por Satanás e que chegou a ser identificada com ele, e o que Satanás falou por ela, se diz que a serpente falou”. A tentação começa com uma dúvida sobre o que Deus dissera: “ É assim que Deus disse? ” E Eva na sua resposta não tem o cuidado de ci- tar as palavras de Deus corretamente. Acrescenta “nem nele tocare- is” e muda o sentido, pondo “no meio” do jardim uma das árvores, quando ali Deus pusera outra (2.9). Devemos ter imenso cuidado em não torcer a Palavra de Deus quando a citamos. E assim, desobedecendo, pecaram, e trocaram sua inocência por uma consciência acusadora, sua ignorância por um conhecimento do bem que tinham desprezado e do mal que não podiam remediar. Ti- nham agora seus olhos abertos para descobrir o que teria sido mais fe- liz ignorar; e, impelidos por um sentimento de vergonha, trabalharam (inutilmente) para cobrir a sua nudez. Notemos que Adão e Eva podiam estar tranqüilos com os aventais de folhas que fizeram, enquanto lhes parecia que Deus estava longe, mas em vindo o Senhor, logo se esconderam, sentindo-se, aos olhos divinos, descobertos e envergonhados. Deus, porém, lhes fez “túnicas de peles”, e assim ensinou, por uma figura, a necessidade da morte de uma vítima inocente para que o pecador pudesse ficar coberto e justificado perante Deus. “ Sem derra- mamento de sangue não há remissão de pecados ”; e em folhas de figuei- ra não há sangue derramado. Notemos no pecado de Eva: a) a concupiscência da carne : “ boa para se comer ”, b) a concupiscência dos olhos : “ agradável aos olhos ”, e c) a soberba da vida : “ desejável para dar entendimento ”. As primeiras conseqüências do pecado foram a vergonha, uma consciência acusa- dora, o receio, a morte espiritual, pois “por um homem entrou o peca- do no mundo, e pelo pecado, a morte” (Rm 5.12). Mais uma coisa nos interessa neste capítulo: que foi Deus quem procurou o pecador; não o pecador a Deus. E essa atividade divina re- sultou na chamada, na descoberta, na interrogação, na confissão, na sentença, na justificação (as túnicas de peles), e na disciplina: foram expulsos do Éden. Sobre a sentença contra a serpente, R. Winterbotham oferece uma interessante explicação: “Importantes dificuldades aparecem nos versículos 14,15: “1) Dificuldade científica . A serpente hoje não apresenta nenhum sinal de degradação: sua estrutura é tão admiravelmente adaptada ao seu lugar na natureza como a do leão ou a da águia. Nem podemos dizer que ela come pó: sua comida consiste dos pequenos animais que são suas presas. “2) Dificuldade moral . Por que foi punida a serpente por uma coisa que não fez? Será que Deus puniu a astúcia do Diabo sobre seu incons- ciente instrumento? “A resposta é que estas duas dificuldades neutralizam-se. Se o moralista nos diz que Deus não podia ter resolvido punir a serpente por uma coisa que ela não fez, o homem de ciência nos assegura que Ele não fez isso. O verdadeiro peso da sentença recai sobre o verda- deiro ofensor, o Diabo, enquanto a mera forma da referida sentença foi acomodada à evidente estrutura e natureza da serpente. “Mas se foi o Tentador que pecou, por que Deus não o sentenciou como tentador? “Resposta: Porque no AT há uma notável reserva referente à per- sonalidade de Satanás. A razão disto é evidente: os homens não podi- am suportar o conhecimento do seu grande inimigo espiritual até a vinda do seu Libertador. Se percebermos que não foi da vontade de Deus nesse tempo revelar a existência do Maligno, podemos compre- ender por que Ele permitiu-lhe manter o aspecto da serpente”. A Aliança Adâmica determina a vida do homem decaído, marcan- do condições que prevalecerão até a época do Reino, quando “ a mes- mo criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus ” (Rm 8.21). São os seguintes os elemen- tos da Aliança Adâmica: 1) A serpente, instrumento de Satanás, amaldiçoada. 2) A primeira promessa de um Redentor (v. 15). 3) A condição da mulher, mudada (v. 16) em três sentidos: a) dor e conceição multiplicadas; b) maternidade ligada com sofrimento; c) su- jeição ao homem (comparar com 1.26,27). A entrada do pecado, que significa desordem, torna necessário o governo, que compete ao ho- mem (1 Co 11.7-9; Ef 5.22-25; 1 Tm 2.11-14). a 3.1: Ap 12.9 b 3.1: 2Co 11.3 c 3.3: Gn 2.17 d 3.4: Jo 8.44 e 3.4: 1Tm 2.14 f 3.7: Gn 2.25 13 ou cintas g 3.10: 1Jo 3.20 h 3.12: Pv 28.13 G 8 Dos animais limpos, e dos animais que não são limpos, e das aves, e de todo o réptil sobre a terra, 9 entraram de dois em dois para Noé na arca, macho e fêmea, como Deus ordenara a Noé. 10 E aconteceu que, passados sete dias, vieram sobre a terra as águas do dilúvio. 11 N o ano seiscentos da vida de Noé, no mês segun- do, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia, c se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, 12 e houve chuva sobre a terra quarenta dias e qua- renta noites. 13 E, no mesmo dia, entrou Noé, e Sem, e Cam, e Jafé, os filhos de Noé, como também a mulher de Noé, e as três mulheres de seus filhos, com ele na arca; 14 eles, e todo animal conforme a sua espécie, e todo gado conforme a sua espécie, e todo réptil que se roja sobre a terra conforme a sua espécie, e toda ave confor- me a sua espécie, todo pássaro de 26 toda qualidade. 15 E de toda carne, em que havia espírito de vida, en- traram de dois em dois para Noé na arca. 16 E os que entraram, macho e fêmea de toda carne entraram, como Deus lhe tinha ordenado; e o SENHOR d a fechou por fora. GÊNESIS 7 14 Tradução alternativa (6.1): “ E aconteceu que, como Adão começasse a multiplicar-se sobre a face da terra e lhe nascessem filhas... então disse o Senhor: o meu fôlego não ficará sempre em Adão, porque ele também é carne, porém seus dias serão mais 120 anos ” (J. 374). Citamos o seguinte de “The Bible and Modern Research” por dr. Rendell Short : “Se fosse razoável interpretar a Bíblia no sentido de ensinar que todo o mundo, como agora o conhecemos, incluindo a América do Sul, a Antártida, etc. ficasse submergido de uma vez, e que cada uma das 790.000 espécies de animais fosse representada na arca, que tinha ape- nas 180 metros de comprimento, a dificuldade seria deveras formidá- vel. É esse precisamente o tipo de dificuldade que alguns críticos gos- tam de levantar contra a Bíblia. Mas é um ultraje ao uso das palavras ar- gumentar assim. As palavras da Bíblia, como em qualquer outro livro, são empregadas no sentido que tinham na ocasião de escrever, e não no sentido que vieram a ter hoje. Foi o mundo então conhecido que ficou submergido, e os animais então conhecidos foram conservados em vida . Quando Lucas diz que todo o mundo havia de ser recenseado (2.1), evi- dentemente não inclui a América do Sul. Nem, quando se nos diz que ‘todos os reis da terra procuravam ver o rosto de Salomão’ (2 Cr 9.23), não é para incluir o Japão e a Austrália. Gênesis 7.19 diz que ‘todos os montes que havia debaixo do céu foram cobertos’. Entre os ouvintes de Pedro no Dia de Pentecostes havia homens ‘de todas as nações debaixo do céu’ (At 2.5), e em cada caso é evidente que o sentido é ‘o mundo en- tão conhecido’. Se o monte de Ararate onde a arca descansou é o mes- mo Ararate de hoje, é caso problemático”. No v. 4 notemos que o “sétimo mês” é o sétimo do ano; não do Dilúvio (T) Noé esteve na arca um ano inteiro, ou 365 dias, pois entrou no dia 17 do segundo mês, quando tinha 600 anos, e continuou até o dia 27 do segundo mês no ano seguinte (T). ** ** Nota do Editor : A teoria apresentada pelo autor (inundação local) também encontra dificuldades insuperáveis de explicação. São inúmeros os comentaristas que a contestam. Não podemos citá-los a todos, mas transcrevemos três pequenos trechos da obra “Merece confiança o Antigo Testamento?”, de Gleason L. Archer, Jr. , em segunda edição pela Edições Vida Nova – São Pau- lo fls. 229/30, 283/334: “Não é possível, contudo, sustentar que mesmo uma inundação local seja uma explicação que solucione estas dificuldades cientí- ficas. Gênesis 7.19 declara muito explicitamente que o nível da água cobriu todos os altos montes que havia debaixo do céu. Entendendo-se que as montanhas em questão fossem meramen- te as daquela região (uma interpretação que o texto dificilmente comportaria), no mínimo a água deve ter coberto os picos do Monte Ararate, visto que a arca foi encalhar no pico mais alto (além de 5.000 metros de altura). A inferência inevitável é que o nível da água tenha subido até mais do que 5.000 metros acima do atual nível do mar. Isto cria para a teoria do âmbito restrito do Di- lúvio dificuldade, quase tão graves como aquelas que a teoria pro- cura evitar. Como é que o nível poderia ter chegado ao cume do Ararate sem ter subido à mesma altura do mundo inteiro? Só du- rante um surto temporário, como no caso da pororoca, é que a água não conserva um nível igual. Admitir que a Armênia tivesse recebido 5.000 metros de água sem ter havido nenhuma inunda- ção em Auvergne, na França, é propor um milagre mais incrível do que qualquer coisa implicada pela maneira tradicional de crer num Dilúvio universal. “Mas que se pode dizer da lenda de Manu preservada entre os hindus (segundo o qual Manu e sete outros foram salvos num na- vio duma inundação de alcance mundial); ou a de Fah-he entre os chineses (foi ele o único sobrevivente, com sua esposa, três fi- lhos e três filhas); ou a de Nu-u entre os havaianos; ou a de Tezpi entre os índios do México; ou a de Manabozo entre os algon- quins? Todas estas concordam em declarar que a raça humana te- nha sido inteiramente destruída por um grande dilúvio (usual- mente descrito como tendo sido de alcance mundial), como resul- tado do desgosto divino perante o pecado humano, e que um úni- co homem, com sua família e pouquíssimos amigos, tenha sobre- vivido à catástrofe por meio dum navio, duma balsa ou duma ca- noa, d’algum tipo. “Não são todas as tradições primitivas que incluem uma arca como meio de salvação. Entre certos povos, como os aborígenes das Ilhas Andamã, foi um pico montanhoso muito alto que ofere- ceu o refúgio vital ao único sobrevivente. Mas fora deste detalhe, as linhas básicas da lenda seguem a estrutura básica da narrativa de Gênesis. Os quurai (tribo de aborígenes da Austrália); os habi- tantes das Ilhas de Fiji, os nativos da Polinésia, Micronésia, Nova Guiné, Nova Zelândia, Novas Hébridas, os antigos célticos do País de Gales, os tribais do Lago Caudie no Sudão, os hotento- tem, os habitantes da Groenlândia – todos têm suas tradições dum Dilúvio, de destruição universal, que eliminou toda a raça humana, a não ser um ou dois sobreviventes. “Freqüentemente a narrativa de Gênesis tem sido criticada como sendo não plausível por causa da capacidade insuficiente da arca segundo as dimensões registradas. Mas na base de um côvado de 52 cm (podia também ter sido um côvado de 46 cm), a arca teria 183 m de comprimento, 30,5 de largura, 18,3 m de profundidade. Entendendo que a construção tenha sido a forma duma caixa (arca) - hipótese altamente provável em vista de seu propósito peculiar – sua capacidade seria de perto de 102.000 m 3 , espaço suficiente para 2.000 caminhões de gado (cada um contendo 18 a 20 vacas, ou 60 a 80 porcos, ou 80 a 100 (ovelhas). Atualmente, só existem 290 tipos de animais terrestres, maiores do que a ove- lha; há 757 espécies entre o tamanho da ovelha e o do rato, e 1.359 menores do que ratos. Dois exemplares de cada uma destas espécies se acomodariam confortavelmente na capacidade cúbica da Arca, sobrando espaço para sua forragem”. Ora, afirmando-se um Dilúvio local, como podem ser explicadas essas tradições de povos das mais diferentes e distantes partes do mundo sobre um dilúvio universal? Outra séria objeção a um dilúvio geral sobre a terra é a quantida- de de água para isso necessária. Alegam os calculistas que no Pla- c 7.11: Gn 8.2; Pv 8.28; Mt 24.38; 1Ts 5.3 26 ou toda sorte de asas d 7.16: Dt 33.27; Sl 46.2 G 32 E era Noé da idade de quinhentos anos e gerou Noé a h Sem, Cam e Jafé. A corrupção geral do gênero humano 6 E aconteceu que, como os homens começa- ram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, 2 viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram a formosas; e tomaram para si mulheres de to- das as que escolheram. 3 Então, disse o SENHOR : Não 24 contenderá o b meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne; c porém os seus dias serão cento e vinte anos. 4 Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os va- lentes que houve na antiguidade, os varões de fama. 5 E viu o d SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má conti- nuamente. 6 Então, arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração. 7 E disse o SENHOR : Destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. 8 Noé, e porém, achou graça aos olhos do SENHOR . 9 E stas são as gerações de Noé: Noé era varão justo e reto em suas gerações; Noé andava com Deus. 10 E gerou Noé três filhos: Sem, Cam e Jafé. 11 A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. 12 E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra. GÊNESIS 6 12 C APÍTULOS 6 a 8 O Dilúvio . Em tempos mais remotos alguns pensavam que “os fi- lhos de Deus” em Gênesis 6.2 eram anjos caídos, mas nenhum co- mentador moderno de confiança adota essa idéia, exceto o dr. Bullin- ger. Lemos em Mateus 22.30 que “ na ressurreição, nem casam, nem são dados em casamento; mas serão como os anjos no céu ”. A expressão “ tomaram para si mulheres ” é usada no AT. somente com referência ao casamento legítimo; nunca às relações sexuais ilícitas. É claro que havia nesse tempo duas raças distintas: a descendên- cia de Sete e a de Caim. Os expositores modernos concordam que “os filhos de Deus” foram a descendência de Sete, e “as filhas dos ho- mens” a descendência de Caim. Se aceitarmos esta interpretação, a lição do incidente será que um jugo desigual com os descrentes pode resultar em maior corrução e num castigo divino. Logo em seguida, lemos da maldade humana mul- tiplicada, até não haver mais remédio, e seguiu-se um dilúvio destrui- dor. A interpretação do dr. Hullinger, apesar de não ser geralmente aceita pelos expositores, porque acarreta problemas físicos incom- preensíveis para nós, contudo merece ser estudada. Diz ele: “O título filhos de Deus é ligado precisamente com a Igreja de Deus, pois, segundo o uso de Paulo, é o título particular dos que são uma nova criação em Cristo Jesus. Isto vemos em todas as epístolas às igrejas, especialmente em Romanos 8. “Porém não devemos transportar este uso para o Antigo Testa- mento e interpretar no mesmo sentido a expressão ‘filhos de Deus’ que encontramos ali oito vezes, em Gênesis 6.2,5; Jó 1.6; 2.1; 38.7; Salmo 29.1; 89.6 e Daniel 3.25. “Em todos estes textos a expressão ‘filhos de Deus’ significa anjos. “A explicação destes dois usos distintos da frase (com um sentido no AT e outro no NT) com referência a diferentes classes de seres, é a seguinte: que um ‘filho de Deus’ se refere a um ser que existe por um ato criador de Deus; produzido por Ele em vez de ser produzido pelo homem. “Os anjos são chamados ‘filhos de Deus’ porque são uma criação separada distinta de todas as outras. O primeiro Adão podia ser cha- mado um ‘filho de Deus’ no mesmo sentido (Lc 3.38), porque Deus o criou. Mas os descendentes de Adão não eram precisamente criação de Deus, porque Adão, ‘ criado... à semelhança de Deus ’ (Gn 5.1), gerou um filho à sua semelhança (3). Assim que, por sermos filhos do prime- iro Adão, somos ‘filhos dos homens’ e não podemos ser chamados fi- lhos de Deus por geração natural. “Quando, porém, somos ‘feitura dele’ criados em Cristo Jesus (Ef 2.10) e ‘nova criação’ em Cristo (2 Co 5.17), então, nele, podemos ser chamados ‘filhos de Deus’. Então somos seus filhos pelo ato de rege- neração espiritual, porque Ele tem criado em nós uma nova natureza, e nos tem dado um espírito de adoção, pelo qual clamamos ‘ Abba ’, isto é, ‘ meu Pai ’ (Rm 8.15; Gl 4.6). “Este uso por Paulo da expressão ‘filhos de Deus’, é, por isso, in- teiramente distinto do que encontramos no AT Se isso tivesse sido discernido, e a presente dispensação não tivesse sido atribuída ao pas- sado, ninguém teria pensado que a expressão ‘filhos de Deus’ em Gê- nesis 6.2,4 pudesse ser empregada em referência aos ‘filhos de Sete!’ (J. 144)”. Mais adiante, no mesmo livro, numa exposição detalhada de 1 Pe- dro 3.19, o dr. Bullinger diz o seguinte em referência a Gênesis 6.2: “O propósito de Satanás era frustrar o conselho de Deus predito em Gênesis 3.15”. E resume: “Pelo fato de não ter conhecimento da descendência pela qual ‘ a semente da mulher ’ (Cristo) havia de vir ao mundo, sua primeira tenta- tiva foi de corromper e destruir toda a raça humana. Isto ele quis fazer conforme a referência de Gênesis 6 e Judas 6. ‘Os filhos de Deus’ eram anjos: ‘os anjos que pecaram’. Todos os seres que são a imediata criação de Deus são chamados seus filhos. Adão era um filho de Deus (Gn 5.1; Lc 3.38). Nós não o somos. Por geração natural somos filhos de Adão, gerados à sua semelhança (Gn 6.3). A nova natureza em nós faz-nos ‘filhos de Deus’ porque isso é a nova criação de Deus (Rm 8.14-17; 2 Co 5.17; Ef 2.18). Pela mesma razão, os anjos também são chamados ‘filhos de Deus’ porque são a imediata criação de Deus. No AT, a frase sempre tem este sentido. Em Gênesis 6 não podem ser da semente de Sete como geralmente se ensina, porque são contrastadas com ‘as filhas dos homens ’, o que demonstra serem de uma natureza diferente. Sabemos por Gênesis 6 que este grande propósito satânico quase teve êxito, pois toda a terra estava corrompida e cheia de violência (Gn 6.11,12). “Toda a raça, exceto a família de Noé, era contaminada com essa geração chamada ‘Nefilim’. Noé era ‘tamim’, isto é, sem mancha, como a palavra traduzida ‘perfeito’ no versículo 9 significa. Era preciso des- h 5.32: Gn 6.10; 10.21 a 6.2: Jó 31.1 24 ou permanecerá b 6.3: Ne 9.30; Is 5.4; 63.10; Jr 11.7-11; 1Pe 3.20 c 6.3: Sl 78.39 d 6.5: Sl 14.2; 53.2; Rm 3.9 e 6.8: Ez 14.14
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